ANAIS :: ENAMA 2014
Resumo: 199-1


Poster (Painel)
199-1PRODUÇÃO DE UM BIOSSURFACTANTE COM GRANDE POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO POR Bacillus amyloliquefaciens TSBSO 3.8
Autores:Alvarez, V.M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Jurelevicius, D. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Marques, J.M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Araujo, L.V. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Barros, T.G. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Souza, R.O.M.A. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Freire, D.M.G. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Seldin,L. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

A recuperação melhorada do petróleo mediada por microrganismos (mais conhecida por MEOR - Microbial Enhanced Oil Recovery) ocorre através da produção de compostos conhecidos como biossurfactantes que modificam as interações óleo/rocha reservatório e/ou óleo/água de injeção. Os biossurfactantes facilitam a remoção do petróleo, aumentando a produtividade e a vida útil dos poços, e representam uma alternativa sustentável aos surfactantes químicos utilizados com frequência pela indústria petrolífera. Neste estudo, 217 estirpes bacterianas isoladas a partir de amostras ambientais contaminadas com petróleo e/ou seus derivados foram testadas em relação à capacidade de produzir biossurfactantes. Através dos testes de atividade hemolítica, emulsificação, colapso da gota, espalhamento do óleo, produção de ramnolipídeos em placa e redução das tensões superficial e interfacial foram selecionadas 20 estirpes produtoras de biossurfactante. A estirpe TSBSO 3.8, isolada a partir de uma amostra de solo contaminada com óleo cru e água de produção, destacou-se pela produção de um composto semelhante às surfactinas com alta atividade emulsificante (63%) e com a capacidade de baixar consideravelmente as tensões superficial (28,5 mN/m) do meio de cultura e interfacial (11,4 mN/m) entre o meio de cultura e n-hexadecano. A produção da surfactina-like foi avaliada em diferentes faixas de salinidade, pH e temperatura e a estirpe TSBSO 3.8 foi capaz de produzir esse composto na presença de 0,5 a 7% de NaCl, em pHs variando de 6 a 9 e nas temperaturas de 28 a 50˚C. Além disso, essa surfactina-like mostrou-se resistente à autoclavação (121oC, 15 min) sem perder as propriedades surfactantes. A estirpe TSBSO 3.8 foi então identificada através de testes bioquímicos miniaturizados API CH50 e 20NE e métodos moleculares (PCR, sequenciamento e análise filogenética do gene rrs) como pertencente à espécie Bacillus amyloliquefaciens. Esta estirpe demonstrou um grande potencial biotecnológico devido à produção de um biossurfactante potente que foi produzido mesmo em condições físicas e químicas próximas às experimentadas em um poço produtor de petróleo, podendo ser considerada uma grande promessa para a aplicação em MEOR.


Palavras-chave:  Bacillus amyloliquefaciens, BIOSSURFACTANTE, MEOR